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terça-feira, 29 de abril de 2008

A Revolução do Justo (Parte IV)


Assim a revolução que Jesus quer trazer não é só uma revolução para a humanidade num todo mas sim para cada ser humano individualmente, Jesus pretende que cada homem alcance niveis superiores de perfeição e diz-nos que quando concretizarmos estes objectivos sentiremos então a verdadeira felicidade, uma alegria pacificadora.

Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;(S. Mateus 5,1-16)

Na lógica de Deus o mundo é uma escola onde cada ser humano é chamado a procurar por si só a sua verdadeira essência divina, portanto só se encontrando esta verdadeira essência diviina poderemos alcançar o máximo sentido da nossa existência. Por outro lado divinizando a humanidade estaremos a caminhar para uma sociedade mais perfeita, mais justa, daí a urgência nesta revolta de Cristo, uma revolução de paz assente na mudança de consciência.

Assim a felicidade que queres encontrar a todo o custo, aquela que realmente te trará paz e tranquilidade é conseguires divinizar-te, é conseguires ser melhor ser humano, é esta paz de que Jesus nos fala:

"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." João 14:27

Nós seres humanos no meio de tanta coisa bela deste mundo fácilmente achamos que tendo isto ou aquilo, fazendo isto ou o outro seremos felizes mas Jesus fala-nos de que que a maior das felicidades está na transformação interior da tua alma. É aqui que entra o sofrimento e a dor, a vida é feita de bons e de maus momentos para que o homem não pare de buscar, de procurar a felicidade. Nesta dinâmica está o Espirito que nos faz procurar sempre mais fundo, é que a felicidade que Jesus nos aponta está dentro de nós e não nas coisas do mundo.

«Deus criou espaços cheios de água para que os homens possam viver e espaços sem água para que tenham sede; e assim criou o deserto: um espaço com e sem água, para que os homens encontrem a alma.»
Provérbio Touareg

Assim Jesus proclama felizes os que choram, porque na sua dor não estão tão escravizados pelas coisas boas da vida e têm a alma mais aberta a receber a graça das graças, a sua divinização. Jesus alerta-nos que a saida do nosso ego centrismo não é um processo fácil e que até se pode tornar deveras doloroso mas o caminho faz-se caminhando e o fim ultimo desta jornada é o alcançe de uma maturidade profunda assente nos valores do amor. Tudo na vida se torna pretexto para que sigamos o nosso caminho para a maturidade das maturidades e este é, segundo Jesus, o principal objectivo da nossa existência. Tal e qual como é importante para uma criança as frustrações para o seu crescimento e amadurecimento, assim também o será para os adultos, para que eles encontrem o verdadeiro sentido das suas vidas.

À maturidade das maturidades Jesus chama santidade, é aqui que entra o ser santo, uma palavra tão banalizada que já quase caiu no ridiculo. Na nossa condição humana deste mundo poderemos não conseguir ser totalmente santos mas é preciso que caminhemos com este propósito se queremos realmente sermos felizes, é que é no ser santo que se encontra a felicidade, a maturidade das maturidades.

Nesta lógica de que somos chamados a uma verdade acima de tudo no mundo, faz todo o sentido a existência do sofrimento que se torna fogo ardente das nossas escravidões, por isso se diz que o sofrimento purifica... Só que mesmo sabendo isto, o sofrimento custa e será inevitável o choro e no meio dele poderemos pensar que não há sentido na vida, mas Jesus consola-nos chamando de felizes os que sofrem porque serão consolados, porque encontrarão a maturidade das maturidades.

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." João 16:33

(continua)

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