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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desabafo...


O mundo parece prestes a pegar fogo, no passado fim de semana não tive ocorrente de nenhuma noticia, e mal abro a telivisão segunda feira o titulo era Segunda feira negra... As bolsas europeias estavam todas em queda. Depois as pilhagens em inglaterra e ainda mais a guerra da Somália a provocar tanta fome e miséria, meninos a chorar esqueléticos... Em que mundo vivemos nós? Com o capitalismo a afudar-nos na nossa ganância e ao lado pessoas a afundarem-se na fome...

Temo o futuro, temo os tempos que aí vem, trazendo a ameaça de uma escuridão total nas aspirações dos homens... O mundo está estranho, virado do avesso, o capitalismo alimentou-nos o ego de uma forma itensa, enganaram-nos com o perfume de uma primavera falsa.

Estamos a esgotar os recursos do planeta a uma grande velocidade, este parece um sistema, uma organização das coisas que não nos vai conduzir para bom fim...

Ainda bem que conservo a minha esperança em Deus, olhando em redor parece que uma grande tempestade se avizinha, mas sei que o meu Senhor estará sempre comigo, pode ser que o perfume de uma verdadeira primavera se espalhe, uma nova esperança nascida dentro de cada homem, no seu interior, no seu íntimo...

Pai do céu tende piedade do teu povo...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Alertas


Tenho uma convicção, que até pode ser errada mas que a tenho, tenho... Acho que toda esta crise financeira que vivemos neste mundo e também neste pequeno país resulta de uma crise de valores... Vivemos na era do vazio, vivemos tempos em que o consumismo nos preenche no nosso todo procurando matar a nossa sede de sentido a todo o custo... mas é como tentar matar a sede com sumo doce, quanto mais se bebe mais sede provoca... Vivemos na era do vazio de sentido, após muitas vozes alertarem para a crise de sentido que se vivia nesta sociedade de consumismo onde todos nos vimos apanhados, a crise acabou por desabar e continua a desabar... Sinto que caminhamos para um buraco profundo e tudo aquilo onde punhamos a nossa esperança se desmorona a olhos vistos...

Neste tempo de quaresma será urgente pensar e reflectir sobre o que realmente é essencial na nossa construção... é urgente pensar, no meio do deserto em que vivemos qual a verdadeira água que procuramos...

Neste tempo de deserto é tempo de abrir os sentidos na busca do essencial, aquilo que torna a nossa existência no mundo suportável, aquilo que nos faz relamente sentir realizados...

Não temam a crise financeira, temam antes a crise mais profunda que há muito tempo povoa as nossas sociedades modernas e não se deixem ir abaixo com o descer do nivel das nossas bolsas...

Depois do abuso vem aí a quaresma forçada em que somos obrigados a deitar fora tudo aquilo que pensávamos ser imprescindivel na nossa vida e que afinal nada conta para a nossa essência...

É na procura do bem comum e nos valores como a amizade e a união fraterna da entre-ajuda que está a solução para nos sentirmos felizes e realizados... será admitindo as nossas imensas limitações e procurando ofertar o melhor que há em nós que conseguiremos construir uma sociedade equitativa e justa onde reina a dignidade do ser humano...

É tempo de quaresma dentro da igreja católica mas uma quaresma bem mais profunda veio para ficar, alertando-nos para os maus caminhos que temos vindo a construir...

É tempo de largarmos as coisas de fora para nos agarrarmos ao essencial...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Quaresma


Entrei em quaresma ao ritmo da igreja católica com a quarta feira de cinzas, a seguir à terça de carnaval... E a minha quaresma está a ser fecunda, muito fecunda mas triste, triste porque a estou a viver conhecendo muita gente com o coração contra a igreja católica. Um sentimento de contra está a crescer a olhos vistos, é visivel, vejo-o todos os dias no meu dia a dia. Não sei se é assim com as outras religiões cristãs mas com a católica nota-se bem...

Tendo conhecido tanta gente de dentro da igreja que valeu mesmo a pena conhecer, o meu coração está associado a Cristo para sempre, é algo que não consigo negar, por isso me doi ver este sentimento negro crescente. E como gosto não posso deixar de estar inquieto com a situação, pela igreja mas também por todos aqueles que acabam por cair fora da fé em Cristo.

Obriga-me a pensar...

E, talvez pelo facto de estar em quaresma fez-me olhar com olhos de ver e o que vejo é uma ostentação exagerada do cristão. Quer seja verdade ou não, no vocabulário das gentes igreja aparece associada a poder, a dinheiro, a riqueza e a interesses (não mencionando a pedófilia)...

Hoje em dia é dificil de se dizer que se é cristão, pois tal sentimento contra é bem visivel nas gentes e se dizemos ser cristãos, olham de lado para nós pensando que ou somos maluquinhos ou colhemos do mesmo tacho, felizmente para mim que ficam a pensar mais na primeira hipótese... prefiro ser maluquinho do que interesseiro...

O marketing é uma coisa cada vez mais importante no mundo em que vivemos e o marting da igreja anda pelas ruas da amargura, penso que é mesmo assunto de urgente reflexão pensar o que está mal. Se as pessoas pensam tanto mal da igreja, será por acaso? Será por culpa de um a que chamam de diabo? Ou será que as pessoas ao olharem os cristãos não reconhecem o Cristo dos Evangelhos?...

Preocupa-me o crescente adensar de trevas que se instala no mundo... e o ser luz com o Evangelho é apostar na pobreza de Cristo, ser sal e luz no mundo exige mais do cristão nos tempos que correm... as mentes cresceram, as cabeças são mais pensantes e qualquer hipócrisia é muito mais fácilmente detectada pelas pessoas... ainda bem que assim é, mas esta realidade exige muito mais de nós nesta missão de sermos testemunhas de Jesus Cristo. Jesus Cristo era pobre, simples, apostava na simplicidade de coração, não por burrice mas por livre iniciativa, dando-nos precioso exemplo do verdadeiro reino de Deus, um reino assente sobretudo no possuir no coração e não no possuir nas mãos... Ser Cristão de sucesso hoje em dia implica viver nesta pobreza, por iniciativa própria... Penso que a reflexão terá que ir por aí, é que já não basta alguns dos de dentro da igreja serem assim, é a igreja que é chamada a viver esta mudança...

Penso que nesta quaresma todos os que ainda acreditamos no Evangelho, deviamos ter esta tão urgente reflexão, o mundo perde-se a olhos vistos e as pessoas caminham cada vez mais sem horizontes espirituais, sem fé ou tendo fé em coisas comesinhas comparadas com as alegrias de quem um dia sente o toque de Deus... A todos os cristãos que vivem esta pobreza fora ou dentro da igreja católica, sendo católicos ou não peço oração pois só uma identidade pluralista cristâ remando no mesmo sentido pode transformar a humanidade...

Abraço em Cristo!

sábado, 15 de janeiro de 2011

A Vida Não é Fácil


A vida não é fácil, nunca o foi e nunca o será… e quanto mais nos iludirmos nas facilidades que conseguimos criar menos nos achegamos ao mistério interior que somos. Para além da prata e do ouro, para além dos prazeres, para além dos grandes comodismos nada resta, por detrás o que agarramos esfuma-se nas mãos e ficamos com uma mão cheia de nada.

Tanta coisa a que nos agarramos nesta vida para um dia nos apercebermos do nada insignificante que somos e do nada insignificante que temos em cada mão, virá sempre a dor e o esquecimento, por mais voltas que demos, por mais vitórias que consigamos, por melhor que nos corra a vida.

É doloroso o existir, mais tarde ou mais cedo a dor esbata-se à nossa porta e nada poderemos fazer para impedi-la de entrar.

Nada?

Há uma coisa que poderemos fazer:
- Aceitar…

Tudo o que nos acontece na vida têm o propósito de nos dar a conhecer um tesouro secreto que possuímos sem nos darmos conta, o nosso interior. As alegrias e as tristezas jogam um jogo nas nossas vidas para que nos foquemos no essencial, naquilo que enche o nosso coração e naquilo que nos fará eternos. No fundo de nós, no nosso interior mais dentro está a semente que deu origem a tudo o que somos, por um lado somos essa sementinha, uma sementinha com identidade única, por outro somos o resultado da chuva que apanhamos e do sol que nos dá vida, água e sol são essenciais para o nosso crescimento e ambos contribuem ou não para que sejamos uma bela planta.

Também assim a dor tem o seu lugar no contributo para o nosso crescer, não é que a procuremos, trata-se de a saber aceitar… aceitar todas as dores mas aceitar sobretudo a dor maior de todas, a dor do existir sem saber ao certo para quê, se tudo acaba com um grande nada nas mãos… O aceitar esta dor implica tomarmos consciência do nada que somos e do nada que possuímos, daí no cristianismos sermos considerados servos inúteis. Mas somos semente, temos identidade, por mais frágil que seja. E Deus ama-nos assim, por isso aposta tanto e tanto na humanidade.

Por outro lado temos o sol na vida, as alegrias, as gargalhadas, a sensação de conforto e de prazer, que também são muito importantes para o nosso crescimento, dão-nos a vida. Iluminam muito a semente que somos e levam-nos a procurar em altura, levam-nos a querer mais da vida.

Se chuva a mais nos pode destruir, também sol a mais o pode fazer mas nunca deixaremos de ser semente no nosso interior, Deus jamais deixará que a semente que somos caia nas mãos da morte… A vida pode-nos levar tudo, os frutos, as flores, as folhas, e até o caule onde nos suportamos mas uma coisa possuímos no nosso interior, uma semente sempre pronta a germinar, um novo principio, um novo dia com um novo amanhecer.

O que mais interessa é que transformemos o nosso interior, pela planta se vê o estado da semente que somos e o que mais importa é a saúde dela. A chuva, o vento e o sol sempre estarão lá fora à nossa espera pois há muito que saímos da terra e parece não termos forma de voltar, o tempo corre a galope nas nossas vidas… Por isso é preciso saber aceitar que a vida também tem chuva e que o sol em demasia nos pode queimar, sem perder a consciência da semente que somos e de que a sua saúde é o mais importante, é o tesouro que cada um possui.

Que a nossa existência tenha este propósito, a de alimentar a semente que somos no interior. Deus sabe disto melhor do que ninguém, ele conhece cada semente até ao seu mais profundo íntimo e será sempre a primavera à espera que o Verão, o Outono e o Inverno passem para fazer a semente que somos crescer e dar fruto em abundância.