Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Alertas


Tenho uma convicção, que até pode ser errada mas que a tenho, tenho... Acho que toda esta crise financeira que vivemos neste mundo e também neste pequeno país resulta de uma crise de valores... Vivemos na era do vazio, vivemos tempos em que o consumismo nos preenche no nosso todo procurando matar a nossa sede de sentido a todo o custo... mas é como tentar matar a sede com sumo doce, quanto mais se bebe mais sede provoca... Vivemos na era do vazio de sentido, após muitas vozes alertarem para a crise de sentido que se vivia nesta sociedade de consumismo onde todos nos vimos apanhados, a crise acabou por desabar e continua a desabar... Sinto que caminhamos para um buraco profundo e tudo aquilo onde punhamos a nossa esperança se desmorona a olhos vistos...

Neste tempo de quaresma será urgente pensar e reflectir sobre o que realmente é essencial na nossa construção... é urgente pensar, no meio do deserto em que vivemos qual a verdadeira água que procuramos...

Neste tempo de deserto é tempo de abrir os sentidos na busca do essencial, aquilo que torna a nossa existência no mundo suportável, aquilo que nos faz relamente sentir realizados...

Não temam a crise financeira, temam antes a crise mais profunda que há muito tempo povoa as nossas sociedades modernas e não se deixem ir abaixo com o descer do nivel das nossas bolsas...

Depois do abuso vem aí a quaresma forçada em que somos obrigados a deitar fora tudo aquilo que pensávamos ser imprescindivel na nossa vida e que afinal nada conta para a nossa essência...

É na procura do bem comum e nos valores como a amizade e a união fraterna da entre-ajuda que está a solução para nos sentirmos felizes e realizados... será admitindo as nossas imensas limitações e procurando ofertar o melhor que há em nós que conseguiremos construir uma sociedade equitativa e justa onde reina a dignidade do ser humano...

É tempo de quaresma dentro da igreja católica mas uma quaresma bem mais profunda veio para ficar, alertando-nos para os maus caminhos que temos vindo a construir...

É tempo de largarmos as coisas de fora para nos agarrarmos ao essencial...