Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A Revolução do Justo (Parte VIII)


"Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós."

(S. Mateus 5,1-16)

A revolução do Justo pretende-se no interior do ser humano, mas não é uma revolução pacifica, embora seja alimentada pela paz. Não é pacifica porque temos que nos mudar, mudar as directrizes do nosso interior, tomar consciência das nossas fraquezas e isto requer auto ferir o nosso orgulho pois estaremos a admitir que não somos perfeitos e que precisamos mudar, e, ao mesmo tempo estaremos a ir ao contrário da corrente de ideias que nos aponta segurança noutros caminhos. Assim ao aderir a esta mudança chamada de conversão teremos que nos tornar muito humildes no sentido de que admitamos as nossas trevas, os nossos medos, as nossas tendências egoistas.

Mas depois deste passo dado apercebemo-nos de que o nosso interior mudou mas o mundo exterior continua o mesmo e aí sentimos grandes dificuldades em ser diferente num mundo que continua igual. É muito dificil manter a nossa ideia firme quando todo o exterior nos aponta outros caminhos e nos fala de procurar seguranças que sabemos ser secundárias neste processo, como a riqueza, o prazer imediato, o garantir um futuro neste mundo a todo o custo. Assumir uma conversão de vida é assim um processo muito dificil em que teremos de mudar as prioridades, não é um processo que se finalize num unico momento, é precisa toda uma vida para que ele ocorra no nosso interior, caminhando neste sentido um dia de cada vez.

Mas conforme vais caminhando neste sentido o mundo continuará a puxar-te, as consciências pesadas dos outros quererão que te cales, que não mudes, que permaneças entravado neste crescimento, apenas procurando sentido nas coisas que eles têm como certo e lógicamente fonte de alguma segurança. É aqui que começas a ser persuadido a desistir da conversão e, se insistires neste caminho o mundo começerá a querer-te calar a todo o custo, pois tu irás começar a ser a voz da consciência que eles querem calar a todo o custo. Este querer calar resume-se em violência, pode ser pequena como ser posto à parte ou pode ser grande se te perseguirem, se te insultarem, se te quiserem fazer mal, calar-te a todo o custo.

É por esta razão que ao longo dos séculos têm existido os perseguidos, o próprio Jesus nos avisou que a nossa conversão não ia ser fácil, mas que era necessário para a nossa felicidade que nos mantivéssemos integros neste caminho, firmes como um pinheiro numa noite de grande tempestade. É assim que o ódio dos silenciadores de consciências cresce, cresce a tal ponto que a violência contra nós pode ir a extremos, o que não falta são exemplos de mártires que se mantiveram firmes na sua conversão pessoal, agindo no mundo de acordo com a sua consciência, uma consciência transformada pelo amor. Felizmente que hoje em dia as formas de violência contra os justos são menores, passando mais pelo desprezo e por acusações, mas ainda os há, ainda há mártires de sangue que são silenciados pelo assassinato.

Mas Jesus diz-nos que felizes dos que presverarem nesta nova atitude de vida, porque a sua vida terá um sentido, servirá um propósito muito mais abragente e será fonte fecunda de uma nova realidade humana.

(Continua)

Sem comentários: