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quinta-feira, 6 de março de 2008

Ressuscitar para uma nova vida!



5º Domingo da Quaresma – Ressuscitar para uma nova vida!

Leitura 1 Ezequiel 37, 12-14;
Sal 129, 1-2. 3-4ab. 4c-6. 7-8
Leitura 2 Rom 8, 8-11
Evangelho Jo 11, 1-45 ou Jo 11, 3-7. 17. 20-27. 33b-45

Neste Domingo a palavra fala-nos ao coração sobre duas dimensões que coabitam na vida, a dimensão da frustração, do medo, da revolta e do ódio e a dimensão da mansidão do amor, da mudança e da esperança. A primeira leitura promete a abertura dos nossos túmulos, neste texto de Ezequiel este túmulo é o nosso egoísmo o nosso olhar para o mundo como local perdido, como um salve-se quem puder… Nesta dimensão não existe lugar para a Esperança, tudo parece ser em vão, nada do que se possa fazer interessa pois tudo perecerá.

Deus ao fazer este mundo fê-lo como uma escola onde temos a oportunidade de aprender e de conhecer o mais importante dos tesouros, a vida plena, a alegria completa, mas acontece que facilmente podemos cair no desespero e na desesperança, neste estado caímos no egoísmo, morremos para os outros, vivemos a correr para ter um bocadinho do que pensamos ser a felicidade, em coisas mundanas que nada nos adiantam. Se calhar não são más estas coisas mas o nosso egoísmo cega-nos e faz-nos escravos delas. Na nossa ânsia de liberdade não percebemos que nos estamos a prender e a tornarmo-nos escravos por nossa própria iniciativa. É aqui que entra o forte apelo do Senhor através de Ezequiel «Vou abrir os vossos túmulos e deles vos farei ressuscitar, ó meu povo, para vos reconduzir à terra de Israel.», Deus quer-nos felizes e quer-nos ensinar que a verdadeira felicidade se esconde muito para além das coisas deste mundo e, principalmente, muito para além do nosso egoísmo. Por isso somos chamados a sair do nosso tumulo, do nosso egoísmo, da nossa miséria. Como ensina Paulo na segunda leitura somos chamados a não sermos escravos das coisas deste mundo e a procurarmos uma realização humana muito mais divinizada, à verdadeira imagem do Deus que Jesus nos veio dar a conhecer. A nossa verdadeira felicidade não reside fora de nós, neste mundo. A verdadeira felicidade reside na medida em que saindo do nosso egoísmo mais nos encontrarmos no amor aos outros. Na forma desinteressada de amar está o segredo da felicidade pois neste desinteresse de nós mesmos encontraremos a nossa essência mais profunda de filhos de Deus e de concretizadores de milagres.

E eis o Evangelho a rasgar tudo de alto a baixo, Jesus quer mostrar por um acontecimento concreto, que Ele é a ressurreição e a vida, que é o exemplo supremo de onde encontrar a verdadeira felicidade, Jesus oferece-se como modelo para que cada um de nós encontre o abraço de um Deus que é Pai e não padrasto. Jesus veio iluminar o mundo para que nós, os mortos fechados no túmulo do nosso egoísmo, possamos sair e experimentar o gosto da liberdade suprema, a divinização do humano, o alcance de uma nova condição humana, o Homem Novo. Das profundezas dos nossos túmulos fechados uma luz desponta, olhamos e não percebemos, só é possível contemplar a luz mais de perto se desviarmos o nosso egoísmo, entregando-nos ao amor. Mas isto não é fácil, quando amamos corremos o sério risco de sofrermos desilusões, de sofrer e assim ocorrerá até que do fundo de nós tenhamos a verdadeira noção da forma como Jesus nos ama e de como Jesus nos quer ensinar a amar… Vou silenciar-me para escutar melhor o que a palavra me quer dizer para que eu possa sair deste tumulo que continuo a erguer, com receio de lutar por ter a luz de Jesus.

Para um melhor aprofundamento e para ler a palavra de Domingo: http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_liturgia.asp?noticiaid=57193

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