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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um banquete de sentido...



Evangelho segundo S. Lucas 14,12-14.

Disse, depois, a quem o tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te. Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»

Ontem este Evangelho tocou-me, primeiro senti-me eu o pobre que necessita de ser convidado ao banquete de Deus Pai. Sinto-me pobre porque sou um mero pecador, fraco, escravo de tanta coisa que não me edifica, de tanta coisa que só me puxa para um abismo dentro de mim. Sim sou um pobre que precisa de ser convidado para o banquete da Graça de Deus. São muitos os apelos do mundo para não ir ao banquete, para não procurar receber a graça mas fico feliz porque posso ir ao banquete, posso participar da graça de Deus mesmo sabendo Ele que não posso retribuir. E no fundo é isto que Deus quer de nós, a nossa construção, o surgimento da Primavera do Espírito Santo em nós é não mais do que a abertura do meu coração a um amor que nada espera em troca, que se sente feliz por poder amar sem segundas intenções.

E foi aqui que entrei na segunda parte da minha análise, também eu devo fazer da minha vida uma doação, mas não uma doação esperando obter algo mas sim uma doação em Cristo, para que também os meus irmãos, aqueles mais pobres da Graça de Deus possam reconhecer a força que habita no seu coração. É esta a toada da Missão do cristão, levar a boa nova da salvação a todos os povos, a toda a gente, mesmo áqueles que nada nos podem dar em troca. Quantas vezes não me fico na minha missão por aqueles que sei que participam da Graça e que sei que me podem edificar também, quantas vezes a minha missão se encerra em quatro paredes onde é fácil falar de Deus, quantas vezes não demonstro o meu amor só àqueles que me amam.

Pois é, é preciso amar mesmo sabendo que não seremos amados. O nosso coração deve buscar o amor de Deus, trazê-lo para a nossa vida de todos os dias e espalhar o seu perfume por quem se vai cruzando connosco, pois como disse um amigo meu uma vez, nós somos a bíblia onde as pessoas ainda lêem e a nossa consciência de seres amados por Deus é fundamental para que cada vez mais gente compreenda este convite de Deus para o seu banquete. Amar sem esperar nada em troca, sorrir para quem não sabe sorrir e para quem não nos vai sorrir de volta, alertar quem não quer ser alertado... Quem convidas poderá até vir a ser saciado e poderá até um dia convidar-te também a ti para o banquete da amizade mas nem sempre é assim e não deve ser esse o nosso objectivo de missão...

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