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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008




Hoje li este texto de S. Romão...

Abre, Senhor, abre-me a porta da tua misericórdia antes da minha hora de partir (Mt 25,11). Porque eu tenho de partir, de ir até Ti e de me justificar de tudo o que eu digo em palavras, do que faço em acções e dos pensamentos que guardo no meu coração. «Mesmo o rumor das murmurações não escapará ao teu ouvido» (Sb 1,10). David diz-Te no seu salmo: «Os teus olhos viram-me em embrião, no teu livro está tudo escrito« (Sl 138, 13.16). Ao leres nele as marcas das minhas más acções, grava-as na tua cruz, pois é nela que eu me glorifico (Ga 6,14), gritando-Te: «Abre-nos a porta» […]

O espírito endureceu-se-nos a tal ponto que, quando ouvimos falar das calamidades que aconteceram a alguém, em nada nos corrigimos (Lc 13,1s). «Não há quem seja sensato, quem procure a Deus; estamos extraviados, estamos pervertidos» (Sl 13,2-3). Os Ninivitas, naquele tempo, arrependeram-se a um único apelo do profeta. Mas, nós, não compreendemos apelo nem ameaça. Com suas lágrimas, Ezequias pôs em fuga os Assírios suscitando contra eles a justiça do alto (2 Rs 19). Ora eis que os Assírios […] nos puseram cativos, e não chorámos nem gritámos: «Abre-nos a porta».

Divino Senhor, de todos juiz, não esperes que mudemos de atitude; tu não precisas das nossas boas acções, pois cada um de nós se dedica a más acções pelo pensamento e pela vontade. Porque é assim, Salvador, governa os nossos dias segundo a tua vontade, sem esperares a nossa conversão, pois talvez ela não se dê. E, ainda que ela venha a acontecer, será por pouco tempo, não persistirá até ao fim. Como a semente que cai entre as pedras, como a erva nos telhados, ela secará sem chegar a crescer (Mc 4,5 ; Sl 128,6). Estende pois a tua misericórdia sobre nós e todos os que pedem: «Abre-nos a porta».

São Romano, o Melodista
Hino 51

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Hoje, ao ler estas linhas de S. Romão, era como se tivesse a ler a minha própria alma... Hoje é daqueles dias que bem poderia ter escrito algo com o mesmo sentido... Nestes ultimos dias uma vontade grande de mudança tem existido em mim mas que acaba sempre por ser superada pelas minhas fragilidades, mas a questão não é querer ser mais perfeito ou santo e não o conseguir, a questão é o meu sufoco por um bocadinho de liberdade sem conseguir, as ervas daninhas em mim sufocam-me, sobem por mim, dão-me um prazer momentâneo e depois deixam-me como que vazio por dentro... E nós quando estamos vazios por dentro enchemo-nos com qualquer coisa. Sei que por mim não posso ser mais santo ou menos conflituoso internamente, mas sei que preciso de ser salvo, de ser liberto de coisas que me prendem, que não me deixam amar, que me seguram e que não me deixam ser eu... Por isso hoje Senhor hoje abre a porta, para que eu possa sair desta minha prisão, abre-me a porta para que eu possa chegar à janela do meu sorriso e deixá-la aberta para os outros, Abre-me a porta para que eu possa explodir de actividade em mim, para que a tua luz penetre em todo o meu ser, renovando-me e revelando o que de mais bonito tenho dentro de mim, por isso Senhor te clamo em conjunto com o salmista São Romano e faço do seu hino o meu hino também: «Estende pois a tua misericórdia sobre nós e todos os que pedem: «Abre-nos a porta». »

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